terça-feira, 16 de agosto de 2011

Bolha no mercado imobiliário?

Banco Central informa que, do total de empréstimos contraídos no país, apenas 10% financiam contratos de imóveis



O diretor de Regulação do Sistema Financeiro e de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, e o diretor de Programas da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, Esteves Pedro Colnago Junior, asseguraram ontem que não existe risco de o Brasil estar vivendo uma bolha imobiliária, apesar da grande valorização dos imóveis entre 2008 e 2010. Por via das dúvidas, a Fazenda está finalizando o decreto que cria um índice nacional para medir a evolução dos preços do setor, a ser calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


"Não estamos vivenciando uma bolha, mas é importante ter um índice que acompanhe a valorização dos imóveis, de âmbito nacional, calculado de forma confiável, com credibilidade e isento de interesses", disse Colnago Junior, no encerramento do Seminário de Crédito Imobiliário e Securitização, ontem. Ele não informou quando o indicador começará a ser divulgado, mas disse que o governo tem "urgência". A Fazenda deve enviar a proposta de decreto que o cria para a Casa Civil nas próximas semanas.


O diretor do BC disse, na abertura do seminário, que há espaço para o crédito imobiliário continuar crescendo no país, pois ainda corresponde a uma parcela pequena do total dos empréstimos e financiamentos ofertados, de apenas 10% do total. Segundo ele, o sistema tem normas rígidas, e o mercado de refinanciamento de imóveis -- que motivou a crise de 2008 nos Estados Unidos -- é menor ainda. "O setor tem robusta estrutura de regulação e fiscalização", afirmou. Segundo Colnago Junior, o governo também estuda medidas para acelerar a concessão de crédito, como a padronização dos contratos entre as instituições bancárias.


Preço estável

O presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), João Crestana, informou que os preços dos imóveis devem se estabilizar nos próximos meses por causa da crise global. Eles podem até sofrer alguma redução no caso dos empreendimentos lançados com preços mais salgados e em áreas com maior concorrência entre as construtoras. "Pode haver alguma promoção", acredita. "O interessado em comprar imóvel terá mais tempo para comparar. Poderá pesquisar os preços com mais calma."


Autor(es): Ana D"Angelo


Correio Braziliense - 09/08/2011



Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br


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